quinta-feira, 23 de maio de 2013

A descida do leite materno

Quando engravidei, o assunto mais comum que as mulheres que já tem filhos falavam comigo era sobre a amamentação, e o tópico preferido era o quanto os mamilos doem, e contavam estórias terríveis de bicos que racharam, caíram, sangraram - Graças a Deus não passei por nada disso - mas ninguém me avisou sobre o quanto dói a descida do leite, isso sim eu queria ter sido avisada.
Então venho compartilhar algumas informações:

Fatos:
Nas primeiras 48 horas após o parto, produzimos o colostro, que é rico em vitaminas e albumina para o bebê. Após o terceiro dia do nascimento do bebê, com algumas variações, acontece a apojadura, ou descida do leite, que normalmente é acompanhada pelo enrijecimento e inchaço dos seios, e eventualmente, por febre.
O preparo para a descida do leite tem inicio no trabalho de parto, após a expulsão da placenta, a glândula hipofisária secreta a prolactina, um hormônio que dá inicio à produção do leite materno. É importante que a mãe dê o peito ao bebê já nas primeiras horas de vida, para estimular a hipófise e a descida do leite. Se isto não for possível - como no caso de bebês prematuros que precisam ficar na incubadora - promova o estimulo das mamas de forma artificial, através, por exemplo, de uma bomba para extração de leite ou ordenhe manualmente. A maioria das maternidade possuem bancos de leites que podem, e devem, ser utilizados para este fim e onde as enfermeiras vão saber te instruir. 

O meu caso:
O meu leite desceu de madrugada no 4o dia após o parto, eu tive muita febre, tinha calafrios, e não sabia o que estava acontecendo. Meus seios ficaram enrijecidos e muito doloridos, e a febre não passava. Por sorte, eu achei que a febre fosse devido a alguma inflamação no corte, pois tive cesárea, então fui até o meu G.O., que me examinou e me mostrou que quem estava inflamado era o meu seio direito, na lateral, onde eu não conseguia ver direito, ele estava até vermelho e quente, eu tive que tomar antibiótico por três dias para evitar que virasse mastite, e aprendi que deveria ter tirado um pouco de leite logo que as mamas encheram demais, e que deveria massagear enquanto o bebe sugava na amamentação e que toda vez que as mamas continuassem cheias de leite após a amamentação eu deveria tirar o excesso com a bomba ou manualmente. 
Este cuidado é muito importante, principalmente nos primeiros dias quando a mãe pode produzir mais leite do que a criança precisa ou consegue mamar. 
Se a ordenha não for realizada o liquido que sobra nas mamas pode endurecer e vira um foco de bactérias, dai um pulo para a mastite, uma inflamação seguida de infecção que atinge as glândulas mamárias. 
É importante também que a nutriz (mãe que amamenta) repouse, tenha uma alimentação balanceada e se mantenha hidratada!!! Pois as mães que não tomam esses cuidados são mais suscetíveis a inflamações.

Mais fatos:
Há uma confusão entre ingurgitamento e mastite, o ingurgitamento é o famoso empedramento das mamas, quando as mamas ficam endurecidas. A mastite vem a tona quando essas placas de leite não são desfeitas e muito menos ordenhadas, e as áreas afetadas pelo problemas ficam vermelhas e doloridas. A mulher sente dores locais, dores musculares e febre, neste caso, a unica saída é tomar medicamentos sob a orientação de um médico, claro!.A mastite não impede o aleitamento materno, pelo contrário, amamentar faz parte do tratamento, assim como as massagens indicadas para facilitar a saída do leite empedrado. 




Quando o desmame é necessário

Bom, acabei de encarar o doloroso processo de desmame então tinha que postar sobre isso, né?!
Vou contar como foi: o Enrico está com 10 meses e eu pretendia amamentar por mais tempo, porém estou com um problema de saúde e precisava iniciar um tratamento com medicamentos que não podem ser tomados quando se está amamentando, portanto para poder me tratar era necessário desmamar o meu filho. 
Conversei com o pediatra e ele me indicou que eu enfaixasse o peito e colocasse um esparadrapo bem na frente e quando o Enrico procurasse o peito eu deveria explicar que "a mamãe está dodói e não pode dar mama"....gente, é impressionante e lindo como eles entendem!!!!
O problema é que ele não aceitava a mamadeira, quando via que era o leite, fosse NAN ou qualquer outro, menos ainda....então o que eu fiz nos primeiros dias, foi bater o NAN com frutas, pois ele adora frutas....
Eu sabia que os dias não seriam difíceis pois ele come muito bem tanto as papinhas quanto as frutinhas, mas meu medo era a noite, pois ele ainda acorda duas vezes por noite para mamar, ele dorme umas 20:00, acorda as 23:00 para a primeira mamada, e depois umas 3:00 para a segunda, e não consegue voltar a dormir se não mamar, então na primeira noite, eu fiz uma papinha bem rala de maçã com aveia, abri um pouco o furo do bico de uma mamadeira, e quando ele acordou para a primeira mamada foi o que eu dei, e ele aceitou, já quando ele acordou para a segunda mamada, ele não queria nem chegar perto da mamadeira...chorava....depois ficava quietinho, e eu ouvia sua barriguinha roncando, que dó....mas como era necessário tive que ser forte, até que depois de um tempo (umas duas horas) ele acabou aceitando a mamadeira, dessa vez era com meu leite mesmo, que eu havia tirado antes, mas ele não queria nem experimentar, quando ele decidiu tentar, gostou e mamou...dormiu imediatamente...
Na segunda noite eu bati o NAN com banana, e ele reclamou um pouco para aceitar a mamadeira, mas quando experimentou o gostinho (ele adora bananas) ele mamou, e fiz a mesma coisa com a mamada a madrugada.... na manhã seguinte ele estava deitado ao meu lado na cama e veio procurar meu peito, eu mostrei a faixa e expliquei sobre o dodói, e ele me deu um beijinho e não procurou mais, acreditam???
Bom, dai para frente ele foi se acostumando com a mamadeira, dai tentei dar o NAN sem frutinhas no 4o dia, com um pouquinho de açúcar, e ele mamou....e agora já está amigo da mamadeira, já dou o NAN puro, sem adicionar nada, ele já até segura a mamadeira sozinho para mamar, e eu já pude iniciar meu tratamento...
Como eu sempre tive muito leite, eu tive muita dor nos seios, o pediatra indicou que eu fizesse compressa com gelo por 20 minutos, duas vezes ao dia, para evitar o peito enchesse, mas eles se enchiam mesmo assim, mesmo tirando uma quantia com a bomba, continuavam doloridos e cheios....no quarto dia eu tive uma dor insuportável, mesmo os mantendo enfaixados o que deveria ajudar também, então falei com meu GO que me indicou um remédio que tomei para secar o leite, depois disso, o fluxo e a produção de leite começaram a diminuir
Esse processo é doloroso emocionalmente mais do que tudo, e lógico as duas primeiras noites foram longas, mas não foi tão difícil quanto eu esperava e foi realmente necessário, mas fica ai minha estória de desmame....
Beijos!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O processo de produção do leite materno

As transformações físicas, como inchaço dos seios, mamilos mais escuros e aréolas maiores, costumam ser os primeiros sinais de que você engravidou. E nada disso é por acaso. Especialistas acreditam que a mudança de cor do mamilo, por exemplo, possa ajudar na futura amamentação, como um modo de orientar melhor os recém-nascidos. 
O aparecimento de pequenas bolinhas ao redor da aréola do seio, também tem papel vital no ato de amamentar. Essas bolinhas produzem uma substância oleosa que limpa, lubrifica e protege os seios de infecções durante a amamentação.

Do lado de dentro:
As mudanças ocorrendo por dentro dos seios são ainda mais impressionantes do que aquelas acontecendo no exterior.
A placenta estimula a liberação de hormônios (estrogênio e progesterona  que deflagram o completo sistema biológico que possibilita a lactação.
As meninas já nascem com os principais ductos mamários formados, porém as glândulas mamárias não dão sinal de vida até a puberdade, quando uma enxurrada do hormônio estrogênio as faz crescer e inchar. Durante a gestação, essas glândulas trabalham a todo vapor.
Quando o bebê nasce, o tecido glandular de suas mamas já dobrou de tamanho, o que explica a mudança radical no número do sutiã!
Em meio às celulas adiposas e ao tecido glandular localiza-se uma rede de canais, chamados ductos. Os hormônios da gravidez fazem com que esses ductos aumentem de quantidade e tamanho e se dividam em canais menores perto da região peitoral. Na extremidade de cada um deles há uma aglomeração de pequenos sacos, semelhante a um cacho de uvas, conhecidos como alvéolos. Um conjunto de alvéolos forma um lóbulo, e uma reunião de lóbulos é um lobo. Cada seio contém de 15 a 20 lobos.
O leite é produzido dentro dos alvéolos, os quais são rodeados por pequenos músculos que pressionam as glandulas e empurram o leite para os ductos. Os cerca de nove ductos lactiferos de cada seio são como canudos isolados que chegam à extremidade do mamilo, formando um chuveirinho que libera o leite.
O sistema de distribuição do leite fica completamente pronto já no segundo trimestre de gravidez, para que a mulher possa amamentar mesmo que o bebê seja prematuro

Quando o bebê nasce.
A produção de leite em grande escala começa de 24 a 48 horas depois que o bebê nasce. Período conhecido como lactogenese.
Após a retirada da placenta, os níveis de estrogênio e progesterona começam a declinar. A prolactina, cuja quantidade vinha aumentando durante a gestação, é então liberada para sinalizar ao corpo que é hora de produzir leite.
A medida que o corpo se prepara para a lactação, ele libera mais sangue para a região dos alvéolos, deixando os seios firmes e cheios. Vasos sanguíneos meio inchados, combinados com a abundancia de leite, podem deixar as mamas temporariamente doloridas, quentes e cheias demais, porém a própria amamentação ajudará a aliviar o desconforto inicial. Se não for suficiente deve-se realizar a ordenha.
Nos primeiros dias, o bebê será alimentado pelo colostro, uma substancia viscosa, meio transparente e rica em proteínas, cheio de anticorpos chamados de imunoglobulinas, fortificantes naturais para o sistema imunologico do bebê. O leite materno se transforma no decorrer da amamentação a fim de suprir todas as necessidades do bebê.
Conforme o bebê suga o mamilo, a hipófise é estimulada a liberar os hormônios ocitocina e prolactina para a corrente sanguínea. Ao alcançar o seio, a ocitocina provoca a contração dos pequenos músculos ao redor dos alvéolos cheios de leite. O liquido passa então para os ductos, que o transportam para os ductos que ficam pouco abaixo da areola do seio.
Nos primeiros dias de amamentação, a nova mamãe sente alguma contração no abdome, na forma de cólicas, enquanto o bebê estiver mamando. Isso sinaliza a liberação da ocitocina, que ajuda o útero a voltar ao tamanho normal. 

A ocitocina pode trazer uma sensação de calma, satisfação e alegria. 
Com o aumento do fluxo de leite, é possível que você sinta formigamento, queimação ou ardor nos seios. É fundamental estar tranquila durante a amamentação para que o leite desça com facilidade.
O processo de amamentação pode parecer complicado e dolorido no começo, mas todas pegam o jeito, não se preocupem!
Lembre-se de investir no repouso e na hidratação, e não usar sutiãs apertados para o peito possa se encher de leite.
Fonte: BabyCenter.