Quando engravidei, o assunto mais comum que as mulheres que já tem filhos falavam comigo era sobre a amamentação, e o tópico preferido era o quanto os mamilos doem, e contavam estórias terríveis de bicos que racharam, caíram, sangraram - Graças a Deus não passei por nada disso - mas ninguém me avisou sobre o quanto dói a descida do leite, isso sim eu queria ter sido avisada.
Então venho compartilhar algumas informações:
Fatos:
Nas primeiras 48 horas após o parto, produzimos o colostro, que é rico em vitaminas e albumina para o bebê. Após o terceiro dia do nascimento do bebê, com algumas variações, acontece a apojadura, ou descida do leite, que normalmente é acompanhada pelo enrijecimento e inchaço dos seios, e eventualmente, por febre.
O preparo para a descida do leite tem inicio no trabalho de parto, após a expulsão da placenta, a glândula hipofisária secreta a prolactina, um hormônio que dá inicio à produção do leite materno. É importante que a mãe dê o peito ao bebê já nas primeiras horas de vida, para estimular a hipófise e a descida do leite. Se isto não for possível - como no caso de bebês prematuros que precisam ficar na incubadora - promova o estimulo das mamas de forma artificial, através, por exemplo, de uma bomba para extração de leite ou ordenhe manualmente. A maioria das maternidade possuem bancos de leites que podem, e devem, ser utilizados para este fim e onde as enfermeiras vão saber te instruir.
O meu caso:
O meu leite desceu de madrugada no 4o dia após o parto, eu tive muita febre, tinha calafrios, e não sabia o que estava acontecendo. Meus seios ficaram enrijecidos e muito doloridos, e a febre não passava. Por sorte, eu achei que a febre fosse devido a alguma inflamação no corte, pois tive cesárea, então fui até o meu G.O., que me examinou e me mostrou que quem estava inflamado era o meu seio direito, na lateral, onde eu não conseguia ver direito, ele estava até vermelho e quente, eu tive que tomar antibiótico por três dias para evitar que virasse mastite, e aprendi que deveria ter tirado um pouco de leite logo que as mamas encheram demais, e que deveria massagear enquanto o bebe sugava na amamentação e que toda vez que as mamas continuassem cheias de leite após a amamentação eu deveria tirar o excesso com a bomba ou manualmente.
Este cuidado é muito importante, principalmente nos primeiros dias quando a mãe pode produzir mais leite do que a criança precisa ou consegue mamar.
Se a ordenha não for realizada o liquido que sobra nas mamas pode endurecer e vira um foco de bactérias, dai um pulo para a mastite, uma inflamação seguida de infecção que atinge as glândulas mamárias.
É importante também que a nutriz (mãe que amamenta) repouse, tenha uma alimentação balanceada e se mantenha hidratada!!! Pois as mães que não tomam esses cuidados são mais suscetíveis a inflamações.
Mais fatos:
Há uma confusão entre ingurgitamento e mastite, o ingurgitamento é o famoso empedramento das mamas, quando as mamas ficam endurecidas. A mastite vem a tona quando essas placas de leite não são desfeitas e muito menos ordenhadas, e as áreas afetadas pelo problemas ficam vermelhas e doloridas. A mulher sente dores locais, dores musculares e febre, neste caso, a unica saída é tomar medicamentos sob a orientação de um médico, claro!.A mastite não impede o aleitamento materno, pelo contrário, amamentar faz parte do tratamento, assim como as massagens indicadas para facilitar a saída do leite empedrado.